Resumo
O Sangue Humano
O sangue humano passou por fases de estudos que concluíram que ele possui 4 tipos básicos: A, B, O e AB.
Sistema ABO + Rh
O sangue é considerado sagrado por muitas
religiões e não é atoa.
O sangue desempenha um
papel muito importante nos organismos. Ele é responsável por manter a
temperatura corporal nos seres-vivos que são homeotérmicos, isto é, a
temperatura corporal é constante.
Além dessa importante
função, o sangue também leva oxigênio para as células do corpo e traz de volta
o gás carbônico que liberamos durante a respiração. Leva também nutrientes para
as células e combate doenças através dos anticorpos. Mesmo que o corpo invasor
não ofereça riscos, ainda assim existe uma defesa sanguínea que combate até
mesmo o sangue de outro tipo que não seja aquele que possui.
A humanidade evoluiu e
descobriu que era possível transplantar sangue de uma pessoa para outra que
precisasse caso perdesse muito do seu sangue em algum acidente ou cirurgia.
Porém era um risco que corriam porque o receptor poderia manifestar rejeição ao
sangue recebido. Essa rejeição foi um mistério durante muito tempo até que
estudiosos engajados à procura pela resposta para desvendar esse mistério
começaram a combinar os sangues e através dessas combinações descobriram que
existem quatro tipos sanguíneos entre os
humanos: A, B, AB e O.
O que determina o tipo
sanguíneo de uma pessoa é sua herança genética. Se os pais são do tipo A o
filho tembém é. Se os pais forem do tipo B o filho também é. Mas se os pais
forem de tipos diferentes A e B então o sangue do filho é AB. Mas o que resulta
em um sangue do tipo O? Quando os pais também são do tipo O. Mas se um dos pais
for A e o outro O, então o que predomina é o A e o filho será do tipo A porque
o tipo O é recessivo e não determina o tipo sanguíneo do filho.
Mais tecnicamente os sangues dos
progenitores e dos descendentes são:
Progenitores (Genótipos) Descendentes (Genótipos - Tipos
Sanguíneos)
Ia + Ia Ia =
Tipo A
Ib + Ib Ib =
Tipo B
Ib + Ia Iab =
Tipo AB
i + i ii = Tipo O
Ia + i Ia =
Tipo A
Ib + i Ib
= Tipo B
O Sangue Humano
No início dos estudos sobre a compatibilidade sanguínea havia a aglutinação do sangue e isso comprometia as tranfusões sanguíneas em pessoas que necessitassem de reposição de sangue em seus corpos. A aglutinação ocorria quando os sangues misturados não eram compatíveis e apenas uma parte das combinações não geravam a aglutinação.
- Reação de Aglutinação: Quando os sangues unidos não são compatíveis. Nessa reação ocorre a produção de anticorpos no sangue para se defender dos antígenos, que é um corpo estranho presente nas hemácias, presentes no outro sangue. O anticorpo é uma proteína específica produzida pelo sangue contra o antígeno.
- Reação de Não Aglutinação: Reação de compatibilidade sanguínea. Ocorre quando dois sangues compatíveis são misturados indicando que os sangues podem ser transfundidos.
Vale lembrar que o antígeno também pode ser chamado de "aglutinogênio" quanto a sua compatibilidade.
De acordo com a aglutinação é que percebemos os tipos sanguíneos. Segue abaixo as possibilidades de compatibilidade ou não entre os sangues de acordo com suas características que permitem ou impedem uma transfusão sanguínea:Sangue TIPO A: O sangue desse tipo contém, obviamente, o antígeno A em sua hemácia. Também pode produzir anticorpos, também chamados de aglutinina, no plasma sanguíneo ou soro que é a parte líquida do sangue. Esses anticorpos produzidos pelo sangue TIPO A são chamados de anti-B.
Sangue TIPO B: Apresenta o antígeno (aglutinogênio na hemácia) B e produz o anticorpo A chamado de anti-A
Sangue TIPO AB: Apresenta os dois antígenos A e B. Sendo assim não produz anticorpos porque isso seria um absurdo já que o sangue teria uma auto rejeição.
Sangue TIPO O: Esse tipo de sangue não apresenta antígenos, sendo o sangue mais raro entre os seres humanos. Por outro lado ele produz os dois tipos de anticorpos. Por isso o TIPO O só pode receber sangue do mesmo tipo que ele.
Então os dois tipos de aglutinogênios (antígenos) que encontramos no sangue são A e B. E os dois tipos de aglutininas (anticocorpos) que encontramos são anti-A e anti-B.
- A pessoa que possui um sangue TIPO O pode doar para todas as outras pessoas independente dos tipos sanguíneos que elas possuam. Por isso o doador do TIPO O é chamado de doador univesal, pois não apresenta aglutinogênios em seu sangue.
- A pessoa que possui o TIPO A pode doar apenas para pessoas com sangue do TIPO AB.
- Pessoas com sangue do TIPO B doa para pessoas do TIPO AB e recebe de O também
- Agora a pessoa que possui o tipo sanguíneo AB é a mais felizarda porque recebe de todos e só pode doar para o AB.
Determinação do Tipo Sanguíneo
O que determina o tipo sanguíneo de um indivíduo humano é sua herança genética e, dependendo do sangue dos pais, o descendente tem seu próprio tipo sanguíneo. O tipo sanguíneo é determinado por três genes também chamados de alelos ou genótipos:- Ia - Forma aglutinogênio A (Homozigoto)
- Ib - Forma aglutinogênio B (Homozigoto)
- i - Não forma aglutinogênio. Heterozigoto. Também chamado de genótipo recessivo, porque ele não determinará o tipo sanguíneo.
Se um casal, onde o homem é Ia e a Mulher Ia, tem um filho, então o filho será irremediavelmente Ia também.
Se o homem for do genótipo Ia e a mulher Ib, então o filho será Iab, ou seja, terá o tipo sanguíneo AB. O mesmo vale invertendo os genótipos do casal.
Se um dos cônjuges possui o genótipo "i" então o que determinará o tipo sanguíneo do filho será o genótipo do cônjuge que tiver um homozigoto.
Se os dois forem heterozigotos então o filho também o será. Assim o filho terá o sangue do TIPO O e terá genótipos heterozigotos "ii".
Veja as uniões de genótipos de forma resumida:
Ia + Ia = Ia = Sangue TIPO A
Ib + Ib = Ib = Sangue TIPO B
Ia + Ib = Iab = Sangue TIPO AB
Ia + i = Ia = Sangue TIPO A
Ib + i = Ib = Sangue TIPO B
i + i = ii = Sangue TIPO O
Ib + Ib = Ib = Sangue TIPO B
Ia + Ib = Iab = Sangue TIPO AB
Ia + i = Ia = Sangue TIPO A
Ib + i = Ib = Sangue TIPO B
i + i = ii = Sangue TIPO O
Sistema Rh (Fator Rh)
Existe um outro fator que incrementa a classificação do sangue humano. Tal característica, mais recentemente considerada é o fator Rh que complementa os tipos sanguíneos atualmente com o sinal de negativo (-) ou positivo . Exemplo. A+ ou O-.
Histórico:
Tudo começou quando os cientistas resolveram estudar a compatibilidade do sangue do Macaco Rhesus (que originou o nome do fator) misturando-o com o sangue de um coelho. Verificaram a aglutinação, ou seja, as hemácias se fundiram "talhando" o sangue. Poderia ser apenas tipos de sangue diferentes. Além das diferenças nos tipos sanguíneos há também o fator Rh. Ocorre que o sangue do coelho nessa experiência produz um antígeno chamado de anti-Rh como imunidade para o sangue recebido. Testes foram feitos com o sangue humano inserido em um soro obtido do coelho. Na maioria dos casos as hemácias humanas se aglutinaram. Descobria-se neste momento mais uma característica que deveria ser levada em conta no interesse das transfusões sanguíneas. A determinação apenas do tipo sanguíneo não eram suficientes para garantirem a compatibilidade sanguínea mesmo que o sangue recebido fosse do pai ou da mãe, o que deveria ser perfeitamente compatível.
Presença ou Ausência do Fator Rh no sangue dos humanos
Nem todos os humanos possuem o fator Rh no sangue.
Se o sangue de uma pessoa reage com o soro anti Rh é porque essa pessoa possui o sangue positivo, ou seja, tem presente no sangue o fator Rh.. Caso contrário, se não houver a reação de aglutinação, a pessoa é Rh- (negativo) e não possui o fator Rh no sangue.
Compatibilidades:
Sendo assim, uma pessoa com sangue positivo pode doar sangue para uma pessoa com sangue também positivo e não para o sangue com fator negativo. Porque a pessoa que não apresenta o fator Rh, se receber o sangue que contém o fator Rh, seu sangue passa a produzir o anticorpo (aglutinina) anti-Rh.
Da mesma forma uma pessoa com sangue negativo só pode dora para outra pessoa com o mesmo fator, o fator Rh negativo.
Também uma pessoa com fator negativo pode doar seu sangue para alguém com fator positivo, porque assim é possível, já que a pessoa receptora receberá um sangue sem antígenos (sem aglutinogênios), o que de nada interferirá na compatibilidade.
Veja a associação mais resumida de sangues com fator-Rh:
Fator Rh- + Fator Rh- = Ok = Fator Rh-
Fator Rh+ + Fator Rh+ = Ok = Fator Rh+
Fator Rh- + Fator Rh+ = Ok = Fator Rh+
Fator Rh+ + Fator Rh- = Não Ok = Aglutinação
Fator Rh- + Fator Rh- = Ok = Fator Rh-
Fator Rh+ + Fator Rh+ = Ok = Fator Rh+
Fator Rh- + Fator Rh+ = Ok = Fator Rh+
Fator Rh+ + Fator Rh- = Não Ok = Aglutinação
Observação: Perceba que o a pessoa que possui um Rh negativo, ou seja, que não contém antígenos Rh (fator Rh), se receber o sangue com fator Rh positivo desenvolverá rejeição. A pessoa de Rh negativo não produz Rh, mas produzirá o anti-Rh (aglutinina Rh) se receber sangue com Rh. Lembre-se também que a aglutinina lembra "aglutinar", isto é, coagular, o que resulta em rejeição.
Eritroblastose FetalO problema maior do Fator-Rh é uma doença chamada de Eeritroblastose Fetal que afeta os bêbês durante o nascimento. Eles são vítimas do sangue da mãe durante o nascimento. Mas como isso acontece?
Nem tudo é perfeito na vida e uma contaminação de sangues pode haver durante o nascimento de uma criança. Mas como? Se é um filho, nada mais compatível do que o sangue do filho com o da mãe. Mas nem tudo é um mar de rosas. Uma rejeição fetal pode ocorrer quando o pai é Rh+ e a mãe Rh- (e não o contrário). O filho, como visto nas combinações de fator-Rh mais acima, será Rh+. Durante o nascimento de uma criança ocorre a ruptura da placenta e o sangue da mãe entra em contato com o sangue do filho. Até aí tudo normal. O primeiro filho desse casal nascerá normalmente, mas uma mudança ocorrerá com o sangue da mãe. Como a mãe possui o fator Rh- cujo sangue entrou em contato com o filho, então anticorpos Anti-Rh serão produzidos no sangue materno a partir do primeiro nascimento.
Numa segunda gravidez o sangue materno já estará modificado, ou seja, terá muito mais anticorpos para combater o fator-Rh negativo. Assim o segundo filho, se tiver o mesmo fator do primeiro (Rh+), será combatido pelo sistema de defesa da mãe que destruirá as hemácias do sangue do feto enviando anticorpos através da placenta, alcançando o feto causando a eritroblastose fetal.
A eritroblastose fetal acarreta surdez e até a morte do bebê.
Muitos procedimentos foram e são usados para evitar essa doença depois da primeira gravidez. O mais usual é injetar no sangue da mãe uma dose extra de anticorpos Anti-Rh para combater rapidamente o Rh positivo do filho que venha a entrar na sua corrente sanguínea. Isso evita que a mãe se sensibilize e desenvolva a memória imunológica que criará anticorpos que atacarão um segundo filho Rh positivo.
Um feto que é constantemente atacado por anticorpos Rh maternos tem que produzir a todo momento hemácias para suprir as hemácias que vão morrendo. Assim o sangue do feto começa a liberar hemácias precoces e incompletas denominadas eritroblastos que dá nome à doença.
A Eritroblastose fetal não é um problema caso os pais, ambos, forem de fator negativo. Isso significa que todos os filhos terão o fator negativo também.
Curiosidade: A vacina de anticorpos Anti-Rh é produzida a partir do sangue de James Harrison, a única pessoa do mundo a fornecer os anticorpos para essa vacina.
Genes Dominantes e Genes Recessivos:Para uma pessoa ser Rh+ seus pais tem que ter pelo menos um genótipo dominante. Pde ser RhRh (Que é o mesmo que DD) ou no mínimo apresentar a configuração Rhrh (senho Rh o fator dominante e rh o fator recessivo). Sendo assim, para uma pessoa ter o fator positivo, basta que um dos pais tenha Rh. Quando os pais possuem apenas genótipos recessivos (rh ou d) formando os pares rhrh (que é o mesmo que dd) então o fator do filho será negativo (Rh-) porque os pais também o são. Ou seja, Rh significa gene positivo (gene dominante) e rh é o gene negativo (gene recessivo)
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